quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Leitura Devocional

Quinta-Feira 4/5


LÁZARO "A ÚLTIMA TESTEMUNHA"

     - E agora -, prossegue João, virando-se para o juiz -, temos um testemunho final para chamar e mais uma prova para apresentar.
     Ele vai até a mesa e volta com um lençol de linho branco. Você se inclina para a frente, sem saber o que ele vai se inclina para a frente, sem saber o que ele está segurando.
     - Essa é uma mortalha de funeral -, explica ele. Colocando o plano em cima da messa, inclina-se: - com a permissão de vossa Excelência, chamo nossa última testemunha, Lázaro de Betânia.
     Abrem-se as pesadas portas do tribunal  e entra um homem alto. Ele atravessa o corredor e para perto de Jesus o suficiente para colocar uma mão em seu ombro e murmurar: "Obrigado." A ternura em sua voz é perceptível. Lázaro então se dirige para a cadeira das testemunhas.
- Diga seu nome para o tribunal.
- Lázaro.
- Você ouviu falar de um homem chamando Jesus de Nazaré?
- Quem não ouviu?
- Como você o conheçe?
- Ele é meu amigo. Nóis, minhas irmãs e eu temos uma casa em Bêtania e Jesus sempre se hospeda conosco.
     Minhas irmãs, Maria e Marta, também se tornaram crentes.
- Crentes?
- Crentes em que ele é o Messias. O filho de Deus.
- Por que você acredita nisso?
     Lázaro sorri.
- Como não poderia? Eu estava morto. Há quatro dias. Estava no túmolo. Estava morto. mas Jesus me chamou para voltar do túmolo.
- Conte-nos o que aconteceu.
- Bom, estava doente e minhas irmãs estavam cuidando de mim. Marta, a irmã mais velha, é como uma mãe para mim. Foi Marta que chamou Jesus quando meu coração falhou.
- Foi quando você morreu?
- Não, mas quase. Eu ainda resisti alguns dias. Mas sabia que estava perto do fim. Os médicos vinham me ver, balançavam a cabeça e iam embora. Estava com um pé na cova.
- Foi aí qua Jesus chegou?
- Não, ficamos torcendo para ele chegar, Marta sentava-se ao lado da cama à noite, e Ficava sussurrando para mim: "Aguente firme, Lázaro. Jesus estará aqui a qualquer minuto." Sabíamos que ele viria. Quer dizer, ele tinha curado tantos estranhos; tinha certeza de que iria me curar. Eu era amigo dele.
- O que fez com que ele demorasse?
- Por muito tempo, nós não ficamos sabendo.
     Toda vez que alguém entrava no meu quarto, achava que poderia ser ele.
     Mas nunca era. Ele não conseguiu chegar.
- Você ficou bravo?
- Então o que acontenceu?
- Bom, meu amigo não chegou e a doença me levou. Fiquei em paz.
- Em paz?
- Como se estivesse dormindo. Descansando. Tranquilo. Estava morto.
- O que aconteceu então?
- Bem, Marta pode contar os detalhes. O funeral estava planejado. Veio toda a família. os amigos viajaram de Jerusalém. Eles me entregaram.
- Jeus veio para o funeral?
- Não.
- Ele ainda não tinha chegado?
- Não. Quando ele ouviu dizer que eu estava enterrado, esperou mais quatro dias.
-Por quê?
     Lázaro parou e olhou para Jesus.
- Para provar seu ponto de vista.
     João sorriu compreendendo.
- O que aconteceu então?
- Ouvi a voz dele.
- De quem?
- A voz de Jesus.
- Mas achei que você estava morto.
- Estava.
- Mas não estava dentro do túmolo?
- Estava.
- Como um homem morto em um túmulo ouve a voz de outro?
- Não ouve. Os mortos só ouvem a voz de Deus. Eu ouvi a voz de Deus.

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