domingo, 6 de setembro de 2015

3 razões pelas quais a nossa santificação não avança

Estou cansado de cair nos mesmos erros. 

Desde quando você é um cristão, há um, cinco, dez anos? Quando você olha para o teu passado mais distante, quais são os erros que você enxerga com mais frequência e pontualidade na tua vida?

Ser um Cristão maduro e experimentado não é tarefa fácil.

Mas, o que acontece com a maioria de nós, no que tange a santificação ao longo dos anos? Muitos começam bem em sua vida espiritual, mas com o passar do tempo vão acomodando-se a um estilo de vida “morno”. Inicialmente, ficamos bem dispostos a ir contra o nosso eu, e a combater com vitalidade todo tipo de erro. É o primeiro amor, as primeiras obras.

No entanto, com o passar dos anos alguns pecados se repetem, e se repetem. É uma ira que teima em ficar, é um orgulho que resiste, um perdão que não chega.

Resultado? Ficamos tímidos pra orar, desencorajados pra ler a palavra e evangelizar, e por fim desanimados com as próprias lutas.

Porque não nos santificamos como o Senhor nos recomenda, “Sede santos, como eu sou santo”? Trazemos aqui algumas razões que nos impedem seguir firmes neste caminho. Mas, ao citar essas possíveis causas, devo reconhecer que essa luta é minha também. Não estou aqui a apontar simplesmente erros que eu mesma não me debato. Tenho buscado fazer reflexões profundas sobre a minha insistência em cometer os mesmos pecados ao longo dos anos, e desejo compartilhar, aqui, com você.

Veja aqui 3 “razões” que tornam a nossa santificação mais enfraquecida.

Porque tenho um índice elevado de amor próprio.
O movimento aqui é descendente. Inicialmente eu travo batalhas contra o “eu”, mas vou desistindo lentamente, vou me acomodando e por fim domesticando e alimentando minhas próprias causas, desço degraus e lá permaneço na própria zona de conforto. Eu faço o que faço, eu sou o que sou, pois tenho mil e uma razões para ser assim e agir assim. A culpa das minhas atitudes são as pessoas ou as circunstâncias.

Finalmente, acabo por refinar e desenvolver um apreço pelo “meu jeito de ser”. Sou intensa demais, sou perfeccionista demais, gosto de tudo bem feito, sou sincera demais e não tolero a injustiça. Percebe a sutileza e o aprimoramento do brio?

Neste ponto da manifestação do amor próprio, os pecados tomam uma forma cosmética e embelezada, tornando-se difícil dar nomes bíblicos às nossas atitudes “egocentradas”. Todavia, na bula bíblica a forma correta de  nomear meus pecados são: Não tenho domínio próprio, sou orgulhoso, ou mesmo intolerante e sem misericórdia.

Indo na contramão do autoengano Paulo diz, “Eu sou o pecador principal”.

Porque os meus pecados são menos graves que os do próximo.

Olhamos ao nosso redor e constatamos que o próximo tem pecados muito maiores e mais danosos que os nossos. Guerra ao erro dos outros e paz para a minha “dificuldade”. Me encho de crítica pelo jeito de ser do irmão, e dou uma trégua confortável para o meu caráter e minha personalidade.

Sempre fazendo críticas pontuais aos pecados do outro. Inclusive, a palavra Crítica é, em si, já um julgamento de mérito. E ela será boa, se eu exercê-la com misericórdia. Ela será má, se executá-la excessivamente e sem amor.

Contudo, eu não devo desviar a atenção da minha capacidade diária de cometer pecados, e repeti-los indefinidamente. Segundo Kathlen Norris, “A maior batalha espiritual não se trava num campo espetacular, mas dentro do coração humano.” E Cristo diz, “Tire a trave do seu olho…”.

Porque eu acho que, por pior que eu seja, Deus irá sempre me aceitar como sou.

Sim, certamente que a misericórdia de Deus não tem fim. Que Deus é amor para sempre. Que é fato, Ele não nos retribui segundo os nossos pecados. Mas, tudo isso deve ser casado com a realidade de que Deus espera de nós empenho máximo no compromisso de santidade e mudança através do Espírito Santo. Lembram do que o autor de Hebreus falou? “Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue”. Cap 12.4

Eu sei que você sabe, mas não custa relembrar, pecados antigos e repetidos geram um caráter torto. A palavra “Reto” nas Escrituras tem haver com o conserto em uma nova aliança com o Santo. O sangue de Cristo nos “consertou” para andarmos em linha reta com a Graça Dele.

O pregador Jonh Piper lembra que, “Quem enxerga na cruz uma licença para continuar pecando não possui a fé que salva. A marca da fé é a luta contra o pecado”.

E Cristo mesmo avisa, de forma contundente e determinante: “Não venha me chamar de Senhor, se você não faz o que eu mando!”.

Portanto, continuemos a nos santificar. Deus é Santo e não há nele treva nenhuma. Não conte com a misericórdia de Deus com pecados costumeiros, fruto do nosso desleixo espiritual. Certamente que temos que cultivar o mesmo sentimento do salmista quando disse: “Ó SENHOR, ajude-me a tomar cuidado com o que falo; ajude-me a não falar o que não agrada ao Senhor”. e “ Não permita que o meu coração seja atraído para o mal”. Sl 141 4,5

Bem falou Esdras em tempos de cativeiro por causa de pecado e desobediência, “Depois de tudo que nos tem sucedido por causa das nossas más obras, e da nossa grande culpa, ainda assim tu, ó nosso Deus, nos castigaste menos do que os nossos pecados merecem… Voltaremos agora a violar os teus mandamentos…?”

Que o Senhor nos ajude.

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